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Edinizia Nogueira, filha do pastor morto em arrastão no Acre, diz acreditar que a Justiça será feita — Foto: Iryá Rodrigues/g1 Acre
"Há quase dois anos venho lutando por justiça, e a gente espera que os jurados venham agir com consciência com o que fizeram com meu pai". Esta foi a frase que Edinizia Nogueira disse à imprensa na manhã desta terça-feira (14) antes do início do júri popúlar na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.
Ela é filha do pastor Raimundo de Araújo Costa, assassinado em abril de 2021. O líder religioso morreu durante um arrastão no km 70 da Estrada Transacreana, na Rodovia AC-90, zona rural da capital acreana, que terminou com o roubo de vários objetos.
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Edinízia, no entanto, acredita que o pai possa ter sido vítima de um crime encomendado.
"Meu pai era um líder da igreja, o 2º pastor da igreja Assembléia de Deus. E um pastor da área tava fazendo coisas ilícitas dentro da igreja, então foi feita uma reunião, uma ata, e o meu pai, como o segundo pastor daquela igreja, o pastor chefe daqui chamou ele pra assinar, porque o pastor dessa área só saía da área se o meu pai assinasse, e essa assinatura custou a vida do meu pai. Essa assinatura foi a sentença de morte do meu pai", disse.
'Por motivos banais'
Ao falar sobre como era o convívio com o pai, ela se emocionou e disse que Raimundo era inspiração e motivo de orgulho para a família e amigos.
"Não tenho como descrever meu pai porque ele era a base da nossa casa, nosso herói, era nossa estrutura, não só da nossa família mas como da estrada da Transacreana inteira. E por motivos banais vieram tirar a vida dele. Eu espero que as pessoas que não falaram a verdade, que tenha consciência e venha falar o que realmente aconteceu. Meu pai não merecia morrer da forma como ele morreu".
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Pastor Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi morto com um tiro durante arrastão em abril de 2021 — Foto: Arquivo pessoal
Entre os réus que vão a júri estão Hualeson Pereira Cavalcante, vulgo "Ualan", Raimundo Nonato Nascimento Cavalcante, vulgo "Peteca", e Gerson Feitosa Ferreira Júnior. Eles respondem pelo crime de homicídio qualificado.
Além dos três, ao menos oito testemunhas devem ser ouvidas durante o julgamento. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos acusados até última atualização desta reportagem.
Crime
O pastor e colono Raimundo de Araújo Costa, de 62 anos, foi assassinado com um tiro ao ter a propriedade invadida na noite de 9 de abril de 2021. Os suspeitos do homicídio fizeram um arrastão e roubaram diversos moradores.
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Local onde o pastor estava quando aconteceu o arrastão — Foto: Reprodução
A ação criminosa teria se estendido por dois dias. Um motorista de aplicativo foi preso na entrada do Ramal Macarajuba, no km 68 da rodovia. A polícia conseguiu ainda recuperar alguns bens roubados durante o arrastão.
Segundo a polícia, o grupo de criminosos fez 25 pessoas reféns em uma propriedade da Estrada Transacreana. Os bandidos levaram motocicletas, dinheiro, roupas, gerador de energia, eletrodomésticos, rifle de pressão, celulares, roçadeiras e armas.