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Sementes, que não foram encomendadas, vêm com identificação e código de rastreio — Foto: Ministério da Agricultura/Divulgação
A superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Amapárecebeu pacotes com sementes misteriosas enviadas de países asiáticos a uma moradora de Macapá. Outra mulher também já recebeu material semelhante. O órgão federal recomenda não fazer o plantio devido aos riscos à biodiversidade, já que não se sabe se são sementes autorizadas para importação.
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Esses foram os primeiros registros no estado, mas já há relatos em outros locais do país. As moradores contam que fizeram compras de produtos em sites internacionais, e que receberam os pacotes como "brindes".
O Ministério pede que, quem receber as sementes misteriosas, faça a entrega no prédio da entidade na capital, para que sejam feitas análises e identificação fitossanitária.
"A importação de vegetais sem autorização pode introduzir pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no país, além de causar prejuízos econômicos. Para evitar o risco fitossanitário, o Ministério atua no controle do e-commerce internacional com equipe dedicada a fiscalizar e impedir a entrada de material sem importação autorizada no país", declarou Victor Torres, superintendente do Mapa no estado.
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Tânia Souza recebeu as sementes, mas não as plantou por desconhecer origem — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
A engenheira agrônoma Tânia Souza foi a primeira moradora a encaminhar pacotes ao Mapa no Amapá. Ela contou que sempre faz compras em sites chineses. Desta vez, recebeu a encomenda que tinha pedido e, logo em seguida, recebeu o pacote com as sementinhas, como se ela tivesse feito outra compra.
“Quando você abre a embalagem são sementes. Como eu já tenho um conhecimento na área, eu não usei, eu guardei. As sementes vêm identificadas, com código de rastreio, endereço e tudo, como se você tivesse comprado”, explicou.
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Sementes que vieram como "brinde" da China devem ser encaminhadas ao Ministério da Agricultura para análise — Foto: Ministério da Agricultura/Divulgação
A agrônoma acrescentou que entrou em contato com o site e a empresa não soube explicar o que teria acontecido e que tentaria descobrir com o distribuidor. De acordo com ela, o site declarou que o distribuidor teria feito uma cortesia ao dar as sementes.
“Quando eu vi no noticiário que tinha que entregar na Superintendência Federal de Agricultura, eu entreguei. A recomendação é não plantar, por não saber o que é. Imagina chegar uma espécie que se adapta no nosso solo e pode se tornar uma praga”, frisou.
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Edla Ribeiro contou que quase plantou as sementes, mas ficou sem tempo — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Outra moradora que recebeu as sementes é a funcionária pública Edla Ribeiro. Na casa dela, os pacotes já têm chegado há algum tempo, junto com as compras que ela tem feito em site internacional.
Ela afirmou que nunca comprou as sementes, apesar de elas serem oferecidas como produtos à venda no site.
“Em todas as minhas redes sociais ficam me mandando a propaganda dessas sementes, para que me induzam a comprar. Mas nunca comprei. Chegaram de dois em dois pacotes, junto com as outras mercadorias que eu comprei”, lembrou.
Ela comentou que teve a intenção de plantar, mas viajou e quando voltou acabou ficando sem tempo para plantar. Edla destacou que desistiu de plantar após saber que as plantas poderiam ser perigosas para a natureza local. Ela ainda está com os pacotes, mas pretende entregá-los ao Mapa na segunda-feira (5).
“Nem cheguei a abrir os pacotes. Na segunda-feira vou devolver no Ministério da Agricultura. Pra quem gosta de planta, dá vontade de plantar para ver o que é que vai dar”, finalizou.
Onde entregar
As encomendas de sementes devem ser verificadas logo na chegada. O Ministério da Agricultura possui uma relação onde podem ser verificadasas espécies de sementes autorizadas para importação.
No Amapá, a sede do órgão fica na Rua Tiradentes, número 469, no bairro Central, em Macapá. O prédio funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
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