
Empresário é investigado em Santana por estelionato cujo prejuízo passa de R$ 2 milhões
É procurado pela Polícia Civil do Amapá o empresário Rauilson de Oliveira Borges, acusado de crime de estelionato. Os indícios são de que ele comandava um esquema de rombo financeiro. Pessoas registraram denúncias como vítimas dele, alegando prejuízos de cerca de R$ 2,5 milhões.
A advogada do empresário, Karina Soares Maramalde, considera a prisão preventiva desproporcional e pediu, em caráter de urgência, a revogação do mandado decretado pela 2ª Vara a pedido da Polícia Civil.
"O requerente não possui nenhuma intenção de sair deste Estado e quer, SIM, esclarecer os fatos, pois apenas tomou dinheiro emprestado das vítimas e, em razão dos juros cobrados, não conseguiu cumprir com todos os pagamentos", escreveu a defesa ao pedir a revogação.
A delegada Luiza Maia, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Santana, diz que ele foi procurado por agentes, mas não foi localizado e não compareceu à delegacia para prestar esclerecimentos.
"O patrimônio lesado dessas vítimas somaram mais de R$ 2,5 milhões. Não tivemos outra alternativa senão representar pela prisão preventiva de Rauilson Borges, que não se apresentou à polícia, que não colaborou com as investigações e que se encontra em local incerto", disse a delegada, que acrescentou ter receio que ele tente fuga para outro país.
Pelo menos 18 pessoas registraram boletim de ocorrência contra Rauilson Borges. Além dele, há indícios de participação da esposa. A Polícia Civil apura a colaboração também de uma terceira pessoa.
"Analisando os fatos, entendemos que há indícios suficientes de um estelionato, um golpe, uma fraude. Enganavam as vítimas com falsos negócios, empréstimos a título de rendimentos diários exorbitantes, dentro de uma condição financeira fictícia", citou a delegada.
Uma vítima, que pediu para não ser identificada, relatou à Rede Amazônica que fez amizade com Borges há quase um ano e que chegou a transferir R$ 30 mil ao empresário.
"Ele perguntou se, como amigo eu não poderia dar uma força pra ele, porque ele precisava pagar os fornecedores da cafeteria. Até então ele não me pediu como um empréstimo, mas como uma ajuda. Como ele estava saindo da empresa que trabalhava, logo sairia a rescisão. Eu passei R$ 30 mil e ele perguntou 'se eu te der 7% ao mês, que daria R$ 2,1 mil, tu consegue segurar pra mim? É porque eu tô enrolado, reconstruí o negócio agora'. Eu aceitei. Com um tempo depois ele já chegou e falou 'tem um ouro, tem dólar', e já comecei a desconfiar", comentou.
"Sempre foi um cara muito educado, muito amigo. Tanto que era de vir na minha casa. Era uma pessoa boa aparentemente, muito dissimulada", acrescentou a vítima.
Conforme a delegada, algumas vítimas divulgaram o caso nas redes sociais, e até ofereceram recompensa por informações sobre o casal.
Confira na íntegra a nota encaminhada pela defesa do empresário:
Rauilson de Oliveira Borges jamais fora intimado formalmente pela autoridade policial. Tomou conhecimento acerca dos boletins de ocorrências por meio da imprensa no dia 24.10.2022. No dia 26.10.2022 suas advogadas se habilitaram e requereram a cópia de todos dos autos de investigações, para que pudesse apresentar seu cliente. Todavia, somente no dia 09.11.2022 a defesa recebeu cópias dos elementos de provas, sendo que até aquele momento não havia nenhum inquérito instaurado. Rauilson permanece residindo no município de Santana, não tem nenhuma pretensão de sair da cidade e muito menos do país. Esclarecemos ainda, que desde o dia 18.10.2022 Rauilson está sofrendo ameaças de morte, tendo registrado ocorrência policial e cientificado a autoridade policial responsável pelas investigações. Rauilson não possui antecedentes criminais, tem ocupação lícita e residência fixa no município de Santana, preenchendo todos os requisitos necessários para que sua prisão seja revogada.
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