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Situação da Santa Casa de Jaú é apontada por especialista como exemplo dos perigos de não se diminuir as taxas de transmissão da Covid-19: "O estoque de oxigênio em SP não é infinto" — Foto: Arquivo pessoal
O médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu (SP), Carlos Fortaleza, integrante do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, criticou nesta quarta-feira (27), durante entrevista à TV TEM, a opção que muitos prefeitos tomaram de flexibilizar as regras de isolamento com abertura de setores não permitidos, como o comércio.
Para o infectologista, o colapso do sistema de saúde provocado pelos casos de Covid-19 vivido pela Santa Casa de Jaú, que atingiu a lotação máxima dos leitos de UTI, deve servir de alerta para prefeitos que decidiram flexibilizar o Plano São Paulo, especialmente na fase vermelha, permitindo abertura de setores não-essenciais.
“Vivemos uma situação gravíssima, de hospitais em colapso, e temos de evitar toda e qualquer oportunidade de transmissão do coronavírus. É por isso que precisamos do amargo remédio de fechar as atividades não-essenciais”, diz o especialista.

Infectologista Carlos Fortaleza reforça alerta para os riscos da flexibilização durante a pandemia
Na avaliação do especialista, no ritmo atual de avanço da pandemia, especialmente provocado como reflexo da falta de isolamento nas festas de fim de ano, muitos hospitais do interior podem progredir para o colapso se medidas para diminuir a taxa de transmissão não forem tomadas.
“Se os nossos prefeitos continuarem insistindo em abrir os comércios, uma medida que parece interessante e pega bem para a população, mas é irresponsável, a situação pode piorar. Não estamos longe de viver uma situação semelhantes à que se vê em Manaus”, diz.
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Fortaleza contesta também a justificativa de muitos prefeitos de que esperam mais leitos para aliviar a situação, mas não agem para diminuir as taxas de transmissão do coronavírus com medidas de restrição às atividades comerciais.
“Entendo o impacto econômico para as pessoas, tenho familiares que sofrem com isso, mas estamos vendo pessoas morrendo. O estoque de oxigênio do estado não é infinito e já temos notícias de que oxigênio já começa a faltar e podemos ficar igual a Manaus, com as pessoas morrendo sufocadas por falta de oxigênio”, diz.
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Infectologista Carlos Fortaleza defende restrições da fase vermelha como um "remédio amargo" necessário — Foto: TV TEM/Reprodução
O membro fez uma crítica específica à prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota), que assinou decreto permitindo a abertura do comércio, mesmo a cidade estando na fase vermelha em que só serviços essências poderiam funcionar.
“Quer dizer que a resposta para não termos leitos suficientes é criarmos mais doentes? Não adianta a gente só aumentar os leitos porque esses leitos serão todos ocupados se continuar crescendo o número de doentes. Precisamos de mais leitos, mas precisamos também diminuir a transmissão”, diz.
Sobre a polêmica envolvendo o promotor da Saúde Pública de Bauru, Enílson Komono, de apoiar a decisão da prefeitura de Bauru em flexibilizar a fase vermelha do Plano São Paulo e culpar estado por ser negligente em relação aos leitos, Fortaleza vê como “incoerente”, que contraria o posicionamento do MP estadual “e deve ser corrigida em breve”.
Leitos Covid
Sobre os leitos Covid na região, o promotor de Saúde de Bauru (SP), Enílson Komono, enviou um ofício nesta quarta-feira (27) à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público da cidade pedindo apuração por eventual prática de improbidade administrativa do estado no caso do atraso na viabilização do Hospital das Clínicas (HC) no ‘predião’ do Centrinho.
Junto ao documento, o promotor anexou fotos das instalações do HC, histórico da construção do prédio e o contrato de mais de R$ 9 milhões entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Famesp para instalação do hospital de campanha.
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Enilson Komono, promotor da saúde Bauru, investiga falta de leitos e atraso na viabilização do HC em Bauru — Foto: TV TEM/Reprodução
O anúncio do pedido de apuração foi feito após uma polêmica surgida depois de declarações do coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, que criticou Komono por defender a flexibilização do Plano SP e o chamou de “promotor da doença”.
Gabbardo subiu o tom das críticas nesta quarta-feira (27) ao comentar o fato de a Prefeitura de Bauru (SP) ter flexibilizado o Plano São Paulo com decreto que permite abertura de setores não-essenciais, como o comércio, e de o Ministério Público ter apoiado a decisão.
Durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP, Gabbardo afirmou que os membros do Centro de Contigência se sentiram “agredidos” com afirmações do promotor de Saúde Pública de Bauru, que o Plano São Paulo seria enganoso.
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João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência, criticou promotor de Bauru — Foto: Reprodução
João Gabbardo também falou que a decisão da da prefeita Suéllen Rosim (Patriota), de flexibilizar a fase vermelha permitindo o funcionamento de setores não-essenciais, vai acarretar aumento de internações e de mortes na cidade.
A Prefeitura de Bauru informou que a prefeita Suéllen Rosim está em viagem a Brasília (DF) e que só iria se pronunciar quando retornasse a cidade.
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João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência — Foto: Reprodução