O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) arquive um processo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) que investiga se o chefe do Executivo cometeu crime ao divulgar na internet um inquérito da Polícia Federal que apurava uma suposta invasão a sistemas e bancos de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2018.
Essa investigação da PF era tratada como sigilosa pela corporação. Em manifestação ao STF, a Polícia Federal afirmou que Bolsonaro cometeu crime de violação de sigilo funcional ao divulgar os documentos.
Contudo, segundo Aras, a PF não teria cumprido os ritos necessários para que o inquérito tramitasse sob sigilo. De acordo com o PGR, "o expediente não tramitava reservadamente entre a equipe policial, nem era agasalhado por regime de segredo externo ao tempo do levantamento". Por isso, ele entende que Bolsonaro não cometeu crime.
"Sem que a limitação da publicidade [do inquérito] tenha sido determinada por meio de decisão fundamentada da autoridade competente, com a necessária observância das hipóteses estabelecidas no texto constitucional, na lei e em ato administrativo que discipline a execução da atividade restritiva a ser desempenhada pelo poder público, não há como atribuir aos investigados nem a prática do crime de divulgação de segredo nem o de violação de sigilo funcional", afirmou Aras.