O grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse, após uma negociação histórica, moderada pelo governo do país. O grupo já fazia negociações e havia oferecido mais de US$ 2 bilhões para a compra do banco. As informações foram divulgadas neste domingo (19), pela Reuters.
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O Credit Suisse teve uma semana conturbada e viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15). O episódio faz parte de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro iniciada após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos.
Mais cedo, o jornal havia informado que o UBS Group estava disposto a pagar até US$ 1 bilhão pelo banco suíço. No entanto, a mídia americana afirmou que o Credit Suisse havia repudiado a oferta. Diante disso, a proposta foi dobrada.
De acordo com o Financial Times, um acordo entre o UBS e o Credit Suisse pode ser assinado ainda neste domingo. O valor do acordo é uma fração do preço de fechamento do Credit Suisse na sexta-feira. Entenda a seguir:
- Na sexta-feira, as ações do Credit Suisse eram negociadas a cerca de US$ 2,01 (R$ 10,64);
- O grupo UBS propôs a compra de ações por US$ 0,27 (R$ 1,43) – proposta que foi negada.
- Depois, o grupo aumentou a oferta por US$ 0,54 (R$ 2,85).
A reportagem afirma ainda que o Banco Nacional Suíço também se comprometeu a oferecer uma linha de liquidez de US$ 100 bilhões ao UBS Group como parte do acordo.
Se a operação do UBS não funcionar, a Suíça pensa em nacionalizar o banco, ou seja, terá uma posição majoritária – via compra de ações – na sociedade da instituição financeira.
Crise
As ações do Credit Suisse despencaram mais de 20% na quarta e trouxeram temores ao mercado sobre uma situação generalizada de crise bancária internacional. Além do Credit Suisse, concorrentes europeus viram as ações despencarem naquele dia, também acima dos 10%.
A crise envolvendo o Credit Suisse acontece após o banco apresentar resultados ruins no trimestre passado e ver seu principal acionista, o Saudi National Bank – que tem participação de 10% na sociedade da empresa –, não o apoiar com um aumento de participação no capital. O investimento não aconteceu por questões regulatórias.
Na quinta-feira (16), o banco pediu um empréstimo de US$ 54 bilhões (o equivalente a R$ 285 bilhões) ao Banco Central da Suíça. O Banco Nacional da Suíça já havia informado que garantiria a liquidez do Credit Suisse se fosse necessário.