- Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
- 1. onde aconteceu o caso?
- 2. como foi a ação?
- 3. adulteração de boletim de ocorrência
- 4. quantos policiais e suspeitos estavam envolvidos?
- 5. quem é o adolescente morto?
- 6. os policiais foram presos?
- 7. o que diz o governo do espírito santo?
- 8. o que diz o mp e outros órgãos?
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Policial atira e mata adolescente rendido no ES
Um policial militar matou com tiros à queima roupa um adolescente de 17 anos que já estava rendido durante uma abordagem no Espírito Santo. A ação foi flagrada por câmeras de segurança que confrontaram a versão da polícia e mostraram que o militar arrastou o corpo do adolescente, alterando a cena do crime. Os agentes terminaram presos.
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Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
- Onde aconteceu o caso?
- Como foi a ação?
- Adulteração de boletim de ocorrência
- Quantos policiais e suspeitos estavam envolvidos?
- Quem é o adolescente morto?
- Os policiais foram presos?
- O que diz o governo do Espírito Santo?
- O que diz o MP e outros órgãos?
1. Onde aconteceu o caso?
O caso foi na manhã desta quarta-feira (1º) em Pedro Canário, na região Norte do estado, a cerca de 270 km da capital, Vitória.
Um policial matou com tiros à queima roupa um adolescente de 17 anos que já estava rendido durante uma abordagem.
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2. Como foi a ação?
Nas imagens é possível ver um policial de frente para o adolescente, que está sentado em uma calçada.
Um segundo militar pula o muro e se aproxima, enquanto o primeiro policial caminha em direção ao carro de polícia que estava estacionado.
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Policial atira em homem a queima roupa em Pedro Canário, no ES — Foto: Reprodução/Redes Sociais
É possível ver ainda que o militar que pulou o muro fica de frente para o adolescente, que levanta e fica com as mãos para trás.
O militar encosta no adolescente, que dá três passos para trás, momento em que o PM atira à queima roupa, ao menos duas vezes, sem possibilidade de defesa da vítima.
Mesmo com os disparos, as imagens mostram ainda que o policial que estava caminhando até o carro da polícia não esboçou nenhuma reação.
O militar que atirou se aproxima do adolescente e, logo em seguida, um terceiro PM sai de dentro da residência.
O registro das câmeras de segurança mostrou ainda que o policial que atirou arrasta o corpo do adolescente para dentro do imóvel de onde o terceiro militar saiu, alterando a cena do crime.
3. Adulteração de boletim de ocorrência
Em entrevista no Bom Dia Espírito Santo desta quinta (2), o apresentador Mário Bonella questionou o Coronel Douglas Caus sobre a veracidade das informações do boletim de ocorrência, e citou a coluna de Leonel Ximenes, do site A Gazeta, que publicou que os policiais teriam alegado que em uma revista pessoal, um indivíduo colocou a mão na cintura na tentativa de sacar uma arma de fogo, momento em que para cessar a eminente injusta agressão, o policial efetuou os disparos.
Pela imagem, é possível ver que o homem não coloca a mão na cintura, e sim está com as mãos para trás.
O comandante Douglas Caus afirmou que se os policiais colocaram uma versão diferente na ocorrência, eles também serão responsabilizados por terem colocado fatos inverídicos. E que a ação da adulteração é crime militar.
O comandante disse ainda que durante a autuação dos policiais no crime de homicídio, eles se reservaram ao direito de ficarem calados na presença de seus advogados.
4. Quantos policiais e suspeitos estavam envolvidos?
Cinco policiais militares estão envolvidos na morte do adolescente de 17 anos já rendido durante a abordagem. A polícia militar não quis informar ao g1 a identidade dos policiais envolvidos.
Segundo o comandante-geral da PM no ES, Coronel Douglas Caus, todos os policiais envolvidos têm menos de dez anos de polícia, são dois cabos e três soldados.

Coronel Douglas Caus dá entrevista sobre caso de PM que matou adolescente
Ainda segundo o comandante, os policiais militares foram atender uma denúncia anônima de que dois indivíduos, conhecidos como gêmeos, que praticam crimes de tráfico de drogas e homicídios.
Ainda de acordo com o comandante, os policiais fizeram a detenção de um indivíduo com simulacro e o outro foi preso com uma arma de fogo.
5. Quem é o adolescente morto?
Em entrevista coletiva na tarde desta quarta, o comandante-geral da PM no ES, Coronel Douglas Caus, disse que o adolescente morto tinha 17 anos. A PM confirmou oficialmente a identidade dele como sendo Carlos Eduardo Rebouças Barros.
Com ele, a polícia teria apreendido uma arma que teria sido usada para trocar tiros com os policiais no quintal de um imóvel que aparece no vídeo. No momento da abordagem, no entanto, a arma não aparece nas imagens.
6. Os policiais foram presos?
Os cinco policiais militares envolvidos na morte do adolescente de 17 anos, foram presos nesta quarta-feira (1º). Eles foram ouvidos sobre o caso na sede do 13° Batalhão de São Mateus e foram encaminhados ao presídio da corporação, em Vitória. As armas dos PMs foram apreendidas.
Eles serão apresentados a audiência de custódia às 13h desta quinta-feira (2) na auditoria militar.
Segundo o comandante Caus, eles foram autuados em flagrante pelo tipo de homicídio e foram transferidos para a capital para passar o exame de corpo de delito.
O comandante explicou ainda que após a audiência de custódia poderá ser convertida auto de prisão em flagrante em prisão preventiva, e os policiais passam a estar sob a tutela da Justiça Militar, ficando presos no Quartel do Comando Geral. A Polícia Militar pode ser acionada pelo Ministério Público para diligências complementares.
7. O que diz o governo do Espírito Santo?
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Governador do ES pede investigação de policiais que mataram adolescente à queima roupa — Foto: Reprodução/Redes sociais
O governador Renato Casagrande disse no Twitter que recebeu as imagens e que determinou que sejam tomadas as providências imediatas à apuração do caso.
8. O que diz o MP e outros órgãos?
Em nota enviada à imprensa, o Ministério Público do Espírito Santo informou que, por meio da Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar Estadual e da Promotoria de Justiça de Pedro Canário, já está fiscalizando e acompanhando com rigor as apurações do caso, para a posterior adoção das medidas cabíveis e previstas em lei, ao final das investigações.
Em ofício encaminhado à Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, a Defensoria Pública do estado (DPES) requereu o imediato afastamento dos policiais envolvidos na morte do adolescente e recomendou que o estado adote, em caráter de urgência, a instalação de câmeras de vídeo monitoramento nos uniformes dos agentes.
"A Instituição, por meio de diversas ações civis públicas, pede o uso de câmeras corporais em agentes penitenciários, policiais militares e civis. Para a Defensoria, o equipamento pode garantir a integridade do cidadão, da pessoa presa e dos próprios profissionais de segurança, durante as abordagens", disse em nota.

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Além disso a DPES requereu os dados funcionais dos policiais; a instauração de processo administrativo e os dados dos familiares da vítima, para que seja feito o acompanhamento jurídico.
A Secretaria de Segurança tem 24 horas para repassar as informações. Caso o prazo não seja cumprido, a Defensoria adotará as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis.
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