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Marc Márquez não quer saber de outra coisa que não seja a briga pelo título de 2022 da MotoGP. Depois de duas temporadas marcas por lesões, o espanhol reconhece que não sabe se voltará a ser o mesmo de antes, mas considera que o objetivo principal tem de ser mostrar evolução.
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Em entrevista ao diário espanhol AS, o piloto que completa 29 anos nesta quinta-feira (17) relembrou as dificuldades que passou desde que fraturou o braço direito no GP da Espanha 2020 e avaliou que agora começa a ver uma luz mais forte no fim do túnel.
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Marc Márquez ainda tenta recuperar o auge da forma física (Foto: Divulgação/MotoGP)
Por conta da lesão na abertura do campeonato de 2020 e uma tentativa desastrosa de voltar precocemente às pistas, Marc acabou passando por três cirurgias, ficou nove meses afastado da MotoGP e perdeu 15 corridas. Ao retornar, percebeu que o ombro direito tampouco estava no melhor da forma, o que acabou por condicionar a performance ao longo de todo o ano passado.
"Dá para dizer que Marc está voltando", disse o espanhol. "Eu realmente voltarei quando o nível na pista voltar a ser o mesmo de antes", resumiu.
"Até 2019, toquei o céu, era o momento máximo de um atleta, mas agora tenho de viver o outro lado da moeda, que são as lesões. Entra uma, sai, entra outra, e agora parece que a luz no fim do túnel está brilhando mais", comentou.
Questionado se deixou de sorrir em algum momento, Marc respondeu: "Bom, a dor muda o seu caráter. Isso é uma coisa que não tinha acontecido comigo até o momento. Não é a situação ou a incerteza, pois com isso você não fica bem. Mas, no ano passado, por exemplo, eu estava competindo no Mundial, mas com dor e desconfortos, o que mudava o meu caráter. Todo mundo ao meu redor sofreu".
"Eu vivia pedindo desculpa, mas eles me entendiam. Eu pedia desculpas, pois quando tinha dor, minha personalidade mudava e eu ficava menos receptivo a tudo", contou.
O #93 contou, ainda, como se sentiu com a sequência de lesões, desde a fratura no braço até o problema de visão no final do ano passado, quando caiu em um treino de enduro, bateu a cabeça e acabou sofrendo com diplopia, uma condição que faz com que a pessoa enxergue em dobro.
"Nas três operações do braço, sofri, mas mais do que a dor, foi a incerteza do que aconteceria. Uma vez que você volta e vê que não pode, aí é a dor psicológica e mental, que custa aceitar", relatou. "Fiz um exercício super rápido, que as pessoas ao meu redor me ajudaram, que era ver a realidade do momento. Não criar expectativas que eram impossíveis. Tudo isso me ajudou a sair do buraco e, quando estava saindo, com as duas vitórias seguidas e quando parecia que tudo estava bem, cai num treino e tive uma recaída e uma lesão na visão, que me resultou em um inverno de medo", relatou.
"A visão dobrada é muito pior do que uma lesão óssea dolorida, pois em uma lesão no braço, você tem um planejamento e vê que as coisas vão melhorando, que existe um progresso e sempre te dizem que, com o tempo, vai melhorar. Mas, com a visão dupla, eu sabia o que aconteceria, pois já tinha passado por isso em 2011, e quanto fui ao médico, o Dr. Bernat Sánchez, que foi muito sincero e muito honesto o tempo todo, ele pondera os três cenários e diz: 'Vamos esperar três meses. Se não melhorar, precisamos operar e serão três vezes mais. E, se com essa operação não adiantar, então talvez você não tenha uma visão para poder voltar a correr de moto, mas para ter uma vida normal'. Quando você já tem uma visão dupla e não consegue levar uma vida normal, as coisas esportivas ficam em segundo plano", desabafou.
Marc não considera, contudo, que ficou mais forte por causa do que passou nos últimos dois anos.
"Seria forte do mesmo jeito se não tivesse passado por isso. Preferia não ter passado. É verdade que isso faz com que você veja as coisas de uma maneira diferente. E entender o esporte também um pouquinho diferente. Sempre com a mesma entrega, mas já cuidando mais do corpo e sem ir tanto com os olhos fechados. Pensar um pouco mais em tudo antes de decidir as coisas. Essas são experiências da vida", considerou. "A minha intenção não é repetir o mesmo Márquez [de antes], mas ter uma evolução. Talvez possa encontrar o mesmo Márquez ou não, mas é uma evolução. E o meu objetivo, seja como for, pedalando ou nadando, é lutar pelo Mundial. Esta é a minha intenção. Estou trabalhando e fazendo grandes mudanças na minha vida para tentar em 2022. Talvez não comece na melhor forma desde o início, mas o ano é muito longo", encerrou.
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