- Sonho de ser mãe e diagnóstico de anencefalia
- Veja a nota da clínica que afastou o médico na íntegra:
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Exame de ultrassom realizado em Mariana e foto dela sendo amparada pelo marido e com Júlio César no colo, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Oliveira
O médico responsável pelo ultrassom morfológico realizado em Mariana Oliveira e que não detectou a anencefalia do filho dela foi afastado pela clínica onde o exame foi feito, em Goiânia. A má formação só foi diagnosticada no 7º mês de gestação da mulher, fazendo com que ela precisasse induzir o parto e interromper a gravidez.
"Eles afastaram o médico que errou meu diagnóstico. Espero que isso faça o médico ter mais atenção com as próximas grávidas. Atenção que ele não teve comigo", disse Mariana.
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O exame feito pelo médico afastado foi realizado no dia 2 de fevereiro, no 5º mês de gravidez de Mariana. No exame, foi concluído que o feto estaria em condições normais. A anencefalia de Júlio César só foi diagnosticada no último dia 7 de março, quando a mulher já estava no 7º mês de gestação.
Mariana precisou interromper a gestação, induzindo o parto, após os médicos explicarem que a anencefalia faria com que seu bebê não tivesse chaces de sobreviver após o nascimento. Além disso, ela contou ter sido orientada que continuar com a gravidez até o final também colocaria a vida dela em risco.
O pequeno Júlio César nasceu no domingo (12) às 20h40 e faleceu às 23h50 do mesmo dia. Ele foi enterrado na tarde de segunda-feira (13), no Cemitério Parque Memorial, também na capital.
Ao g1, a clínica afirmou que abriu um procedimento interno de verificação do ocorrido e que, além de ter afastado o médico responsável pelo exame, entraram em contato com a paciente, a fim de oferecer o apoio possível (veja a nota completa ao final da reportagem).
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Mão de Júlio César segurando a de seus pais, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Oliveira
Sonho de ser mãe e diagnóstico de anencefalia
Apesar de não ter sido uma gestação inicialmente planejada, Mariana Oliveira explicou que sonhava em ser mãe e que os preparativos já estavam avançados para receber o pequeno Júlio César.
"A gente já tinha roupinha, eu já tinha feito chá revelação, já tinha nome. O neném ia chamar Júlio César. Já tinha quartinho, tudo", detalhou a mulher.
Mariana descobriu a má formção de seu filho ao realizar um exame de rotina.
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Mariana Oliveira durante chá revelação de seu filho, Júlio César, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Oliveira
"Eu estava na ultrassom e a médica me perguntou se eu sabia que meu neném tinha um problema. Eu gelei, disse que não sabia, eu perguntei se era algo sério e ela disse que sim, que ele não iria sobreviver", complementou.
"Eu comecei a chorar. Como nesse dia eu tinha ido fazer o exame sozinha, liguei para o meu marido, no telefone ele começou a chorar e foi correndo para lá", acrescentou.
Ela explicou que, antes dessa ultrassom, já havia feito outras ultrassonografias, mas que até então nenhum exame havia detectado que seu filho tivesse algum problema ou que apontasse que ele não era saudável.
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Plaquinha com o nome de Júlio César e a digital do pézinho dele, e o marido de Mariana Oliveira dando um beijo em sua testa, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Oliveira
Veja a nota da clínica que afastou o médico na íntegra:
"Em resposta à solicitação do portal de notícias G1 Goiás, afirmamos que, diante dos fatos apresentados pela imprensa, abrimos um procedimento interno de verificação do ocorrido e que providências já foram tomadas.
Estamos em contato com a paciente M.S.O, a fim de oferecer o apoio possível, bem como afastamos o médico responsável pelo exame.
Em tempo, reiteramos que, em 6 anos de mercado, com mais de 200 mil atendimentos por ano, jamais tivemos registros dessa natureza, buscando sempre qualidade nos procedimentos e na conduta dos médicos parceiros."
Veja outras notícias da região no g1 Goiás.