
'Mostrar aos meus netos que eu posso', diz Dona Janete, que viralizou ao relatar dificuldade para comprar comida
A moradora da uma comunidade no Rio de Janeiro que emocionou ao dar um depoimento sobre a dificuldade de comprar comida para ela e cinco netos repercutiu e gerou uma onda de solidariedade. Janete Evaristo, 57 anos, falou com o Jornal Hoje e contou um pouco da sua história.
"É muito triste ver meu neto chegar e falar que está fraco. Ele deitar lá. Ver a lágrima dele desder e eu não posso fazer nada. É ruim, muito ruim mesmo", disse.
Dona Janete, como é conhecida, foi casada durante 36 anos. O marido morreu no começo deste ano e uma das filhas também morreu, há dois anos. Sozinha e sem trabalho, ela faz curso de especialização para voltar a trabalhar e garantir uma independência financeira.
Nesta terça-feira (21), ela foi buscar comida em uma cozinha inaugurada pela prefeitura no bairro vizinho de onde mora. Foi quando deu o seu depoimento. À repórter Lívia Torres, ela disse que sobrevive catando latinhas e, no último domingo, se viu sem nada para comer. “Eu não tenho muita gente para me ajudar. Então, domingo, a gente não tinha mesmo nada. Tá difícil”, falou.
Depois da entrevista, a rede de solidariedade foi enorme e ela ganhou várias doações. Nesta quarta (22), depois do curso, ela vai fazer compras para a família e já tem alguns sonhos.
"Reformar a minha casa, pagar a faculdade da minha neta, pagar a formatura dela. E voltar a estudar, que seria meu sonho, para eu ter um trabalho digno e mostrar meus netos que eu posso. Queria dizer obrigado e, se pudessem, ajudar a ONG para ajudar as outras meninas também. Agradeço mesmo. Obrigada, obrigada mesmo", contou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/Z/Z/aBNSv6SXKDy8JHjnAQBQ/globo-canal-4-4-18-frame-75100.jpeg)
Janete Evaristo, 57 anos — Foto: TV Globo/Reprodução
Stella Moraes, diretora da ONG Anjos da Tia Stellinha, diz que ao ajudar uma mãe, também ajuda as crianças que dependem dessas mulheres. “ Quando falamos de mãe, falamos da criança. Não é só essa mulher que está passando fome, são crianças. Então, a gente subiu o morro e viu que as partes mais altas são as mais vulneráveis. Mulheres cozinhando com lenha, sem banheiro, vivendo insalubridade dentro do mato, em casas invadidas. Isso machuca, né?”.
Veja a reportagem completa no vídeo acima.