No segundo dia das consultas entre o primeiro-ministro encarregado da Itália, Mario Draghi, e os representantes dos partidos políticos, o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) recebeu o apoio do Partido Democrático (PD) e do Força Itália (FI), do ex-premiê Silvio Berlusconi, para formar um governo.

Em nota, o secretário-geral do partido de centro-esquerda, Nicola Zingaretti, garantiu a "plena disponibilidade" a este novo executivo. O PD era um dos componentes da base aliada liderada por Giuseppe Conte, derrubada após crise deflagrada pelo partido Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi.
Com a terceira maior bancada do Parlamento - 93 deputados - o PD declarou apoio a Draghi e ressaltou a importância de criar um novo modelo de desenvolvimento em comparação com o anterior à pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2.
Outros partidos que se reuniram hoje com o ex-presidente do BCE também anunciaram o apoio a um governo "técnico", como é o caso do partido União de Centro (UdC), da coalizão progressista Livres e Iguais (LeU) e do centro-direita Força Itália.
"Confirmamos o total apoio, já antecipado por Berlusconi, a um governo com todas as melhores forças na política econômica e cultural", afirmou o vice-presidente do FI, Antonio Tajani, após a reunião.
Segundo ele, o Força Itália espera um executivo de alto nível que seja capaz de representar ao máximo a unidade do país".
Hoje, a única legenda a não considerar um governo formado por Draghi foi o Irmãos da Itália (FdI), de Giordia Meloni, que alegou que essa maioria levou o país ao "desastre atual".
"Reiteramos a Draghi que o FdI não votará pela confiança em seu governo, uma escolha que não tem nada a ver com preconceito contra ele. Mas a Itália não é uma democracia da Série B", afirmou Meloni.
A última rodada de consultas será realizada neste sábado (6), quando Draghi receberá o Movimento 5 Estrelas (M5S) - que tem a maior bancada parlamentar (190) - e o partido de extrema direita Liga, do ex-ministro do Interior Matteo Salvini, com a segunda maior, com 131 deputados.
As duas siglas encontram resistência para aprovar o executivo, mas já suavizaram os discursos. O M5S, por sua vez, defende um governo político e não técnico, enquanto que Salvini, mesmo se mostrando favorável ao escolhido do presidente Sergio Mattarella, continua defendendo novas eleições.
A expectativa é de que amanhã, o ex-premiê da Itália Giuseppe Conte participe da consulta política entre Draghi e o Movimento 5 Estrelas. Segundo relatos, a reunião também contará com a presença do fundador do M5S, Beppe Grillo, todos os ministros do governo, além dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
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