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Rebocador segue para o RJ sem casco do porta-aviões São Paulo; navio continua próximo ao litoral de PE sem permissão para atracar por conter substância tóxica

O rebocador ALP Guard, que substituiu o ALP Centre no carregamento do porta-aviões São Paulo, próximo ao litoral de Pernambuco — Foto: Jan Dootjes/MarineTraffic.com

O rebocador ALP Guard, que substituiu o ALP Centre no carregamento do porta-aviões São Paulo, próximo ao litoral de Pernambuco — Foto: Jan Dootjes/MarineTraffic.com

O casco do porta-aviões São Paulo, proibido pela Justiça Federal de atracar em Pernambuco por ter substância tóxica (amianto) a bordo e oferecer perigo para o meio ambiente, trocou de rebocador na manhã do sábado (3).

De acordo com o site Marine Traffic, que faz o monitoramento via satélite de todo o tráfego marítimo global, o rebocador ALP Centre, que vagou por meses no Oceano Atlântico, foi substituído pelo ALP Guard. Ambos os rebocadores pertencem à transportadora MSK Maritime Services & Trading.

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A empresa turca Sok Denizcilik ve Ticaret, que comprou o casco do porta-aviões em 2021 e contratou os rebocadores da MSK, solicitou, no dia 1º de dezembro, informações à Capitania dos Portos sobre as recomendações para a transferência.

O advogado especialista em direito marítimo Zilan Costa e Silva, que representa a empresa turca, informou que a troca foi realizada por medida de segurança da navegação e da proteção da vida humana no mar.

Ainda segundo ele, o ALP Centre partiu rumo ao Rio de Janeiro, para onde deveria ter retornado desde que foi proibido de entrar na Turquia. Zilan afirmou que o casco do porta-aviões São Paulo permanece na costa pernambucana, sendo acompanhado pela Marinha do Brasil.

O rebocador ALP Centre, que transportou o casco do porta-aviões São Paulo pelo Oceano Atlântico — Foto: Hannes van Rijin/MarineTraffic.com

O rebocador ALP Centre, que transportou o casco do porta-aviões São Paulo pelo Oceano Atlântico — Foto: Hannes van Rijin/MarineTraffic.com

"A substituição do rebocador e de toda a tripulação foi realizada por medida de segurança. A situação de combustível do rebocador ALP Centre que foi acompanhada, diariamente, pela Capitania dos Portos de Pernambuco, é delicada. Por conta disso, ele segue para ser abastecido no Rio de Janeiro”, contou.

Neste domingo (4), o g1 entrou em contato com a Marinha do Brasil para obter informações sobre a troca dos rebocadores, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. Também procurou o governo de Pernambuco, que informou que “o navio continua sem permissão de atracação e segue em alto-mar”.

Entenda o caso

Imagem de arquivo do porta-aviões São Paulo— Foto: Reprodução/TV Globo

Imagem de arquivo do porta-aviões São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

O porta-aviões São Paulo tem 266 metros e quase 6 mil compartimentos. Ele foi vendido pela Marinha para o estaleiro turco SOK. A MSK tentou transportar o casco do Rio de Janeiro para a Europa, onde ele passaria por um "desmanche", mas foi proibida de atracar na Turquia por causa do risco ambiental.

De acordo com a Marinha, em 4 de agosto, o navio deixou o Brasil. No dia 26 do mesmo mês, ao chegar perto do Estreito de Gibraltar, que liga o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico, a Turquia cancelou a autorização que já tinha sido concedida.

Por causa disso, o porta-aviões foi trazido de volta para o Brasil. De acordo com a MSK, a Marinha determinou que ele fosse levado para Suape por ser o "porto mais perto do ponto de saída, na Europa". O governo de Pernambuco, porém, acionou a Justiça contra o atracamento.

Além de proibir a atracação no Porto de Suape, a Justiça Federal também determinou multa diária de R$ 100 mil ao governo federal e à empresa agenciadora, em caso de descumprimento da decisão (veja vídeo abaixo).

Justiça determina multa para governo federal e responsáveis por porta-aviões

Justiça determina multa para governo federal e responsáveis por porta-aviões

O navio está na costa de Pernambuco desde o início de outubro, segundo o governo do estado. Ele teve a atracação proibida no dia 5 do mesmo mês, após a elaboração de um laudo pela Agência Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH).

Segundo a localização do sistema de satélite, a embarcação está a aproximadamente 31 quilômetros de distância da costa pernambucana, o que equivale a 17 milhas náuticas, em relação ao Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife.

Monitoramento

A expectativa é que o rebocador ALP Centre chegue à Baía da Guanabara na sexta-feira (9). A manobra de substituição dos rebocadores foi realizada em águas internacionais, onde as normas brasileiras não possuem o requisito de validade territorial.

Ainda no site Marine Traffic, é possível acompanhar a rota do rebocador ALP Centre. Até a última atualização desta reportagem, a localização do ALP Centre via satélite foi registrada no dia 3 de dezembro. Na ocasião, o rebocador passava nas imediações de Maragogi, em Alagoas.

Sobre a demora na atualização da localização do rebocador, o g1 questionou a empresa MSK Maritime Services & Trading, que informou que o ALP Centre continua seguindo para o Rio de Janeiro e acredita em alguma dificuldade de captação na resposta costeira.

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