
Roubos e furtos de motos aumentam em cidades das regiões de Campinas e Piracicaba
Um levantamento feito com base nos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado mostra um aumento de furtos e roubos de motos nas regiões de Campinas (SP) e Piracicaba (SP).
Entre as duas maiores cidades da região de Piracicaba, o município que mais registrou crescimento foi Limeira (SP), onde os casos mais que dobraram em um ano, ficando atrás apenas de Sumaré (SP).
Os dados da SSP mostram que em 2021 foram 129 casos na cidade em Limeira, enquanto em 2022 foram registrados 295 furtos e roubos de motos – um aumento de 128%.
Números de furtos e roubos de motos em Limeira:
- 2019: 211
- 2020: 130
- 2021: 129
- 2022: 295
Em Sumaré, alta foi de 110% (de 155 para 327 casos). Na maior cidade da região, Piracicaba, os casos permaneceram estáveis de um ano para o outro, com dois a mais em 2022 comparado a 2021.
Números de furtos e roubos de motos em Limeira:
- 2019: 197
- 2020: 147
- 2021: 140
- 2022: 142
Morador de Limeira, o analista de suporte Natan Bolognani Fahal teve sua moto Titan 125 furtada nas proximidades de uma faculdade na VIla Queiroz.
"Eu precisei sair no horário do intervalo, coisa que não acontece naturalmente. Então, ao chegar no local da moto para fazer a locomoção que eu precisava, ela já não estava mais lá. E a moto não possuía seguro, então acabei ficando com um baita prejuízo".
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Especialista aponta que furtos e roubos de motos envolve uma cadeia com diferentes envolvidos — Foto: Reprodução/ EPTV
Coordenador do Departamento de Pesquisa em Economia do Crime (Fecap), que coordenou o levantamento de dados, explica que a frota aumentou muito nos últimos anos por conta da demanda dos deliveries na pandemia. A renda da população caiu e, em contrapartida, o preço das peças cresceu, o que contribuiu para o fortalecimento do mercado ilegal.
"O roubo e furto de motos não é um crime de oportunidade. É uma indústria complexa que tem início na pessoa que está roubado sua moto ali na rua ou furtando, mas vai terminar em balcões de motopeças e distribuidoras e assim por dia".
Para ele, a solução envolve dois pontos principais. Um deles seria uma fiscalização mais rigorosa em empresas que vendem motos e peças usadas. O outro passa pelos preços e impostos das peças legais.
"Se os preços das peças legais não fossem tão caros, principalmente por causa dos impostos, talvez as pessoas não migrassem para esse mercado ilegal. Se mais pessoas comprassem peças originais, nós diminuiríamos a demanda dessas peças ilegais e, portanto, o incentivo ao roubo e ao furto das motos. Então, acho que uma redução de impostos neste setor ajudaria bastante".
O que diz a Secretaria de Segurança
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que está trabalhando para melhorar a segurança em todo estado. E destacou que Sumaré, Campinas e Limeira tiveram aumento no número de veículos recuperados e de prisões na comparação com janeiro do ano passado.
A pasta acrescentou que Polícia Civil também tem combatido o roubo e furto realizado ações em desmanches, ferros velhos e locais de vendas de peças.
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