A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta quinta-feira (12), a prisão e a extradição do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur. Ele, que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, atualmente cumpre pena nos Estados Unidos por ter comprado votos para a realização das Olimpíadas no Rio em 2016.
A determinação é do juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada, que também ordenou o afastamento de Ângelo Ribeiro de Almeida Júnior, antigo titular da Defaz (Delegacia de Justiça Fazendária), das funções exercidas como delegado de polícia e como assessor na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).
O magistrado determinou, ainda, busca e apreensão de aparelhos eletrônicos dos dois acusados.
A denúncia do Ministério Público estadual apontou que Arthur transferiu, através de uma de suas empresas, R$ 2 milhões a Ângelo e sua esposa para que adquirissem uma franquia de um restaurante francês em Ipanema, na zona sul da cidade.
De acordo com as investigações, o suposto empréstimo seria utilizado como moeda de troca para que os inquéritos realizados pela Defaz não fossem desfavoráveis ao empresário. Ainda segundo o MP, mesmo após o restaurante falir, Arthur não demonstrou interesse em receber o valor perdido.
O delegado é também investigado pelo MP por indícios de enriquecimento ilícito durante seu período de atuação na Defaz, de 2008 a 2015. Segundo o órgão, nestes anos, os inquéritos que tinham Arthur como alvo tramitavam sem conclusão.
Após ser afastado da delegacia, Ângelo foi cedido à Alerj por meio do então deputado Jorge Picciani. Na Casa, ele teria impedido o andamento de investigações utilizando uma rede de influências, segundo a denúncia.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que ainda foi notificada sobre a decisão judicial.
O R7 tenta contato com a defesa dos citados. O espaço está aberto para manifestação.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira