Justiça mantém presos os dois suspeitos por assassinatos de mulheres no Flamengo

A audiência de custódia dos suspeitos foi na tarde deste domingo (12). O juiz Pedro Ivo Martins Caruso, do Plantão Judiciário, além de converter a prisão temporária em preventiva, também considerou que a detenção da dupla é necessária para "assegurar a aplicação da lei penal".

"Diante de tão grave empreitada delitiva, eventual inação do Poder Judiciário atentaria contra a paz social e acarretaria deletérias repercussões na sociedade, já tão castigada e acabrunhada pela assente criminalidade", afirmou o magistrado.

Segundo a polícia, Martha Maria Lopes Pontes e Alice Fernandes da Silva tiveram os pescoços cortados, e o corpo da dona da casa foi carbonizado em um incêndio intencional.

Um dos suspeitos já trabalhou para Martha e, segundo a polícia, é o mentor do crime. Jhonatan Correia Damascenoconfessou participação nas mortes após ser preso na tarde desta sexta-feira (10) na favela de Acari, na Zona Norte do Rio, e ser levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O segundo suspeito, William Oliveira Fonseca, se entregou na 21ª DP (Bonsucesso) na noite de sábado (11) e foi levado para a DHC.

O g1 reúne a seguir o que se sabe e o que falta esclarecer sobre as mortes.

• Martha Maria Lopes Pontes: tinha 77 anos e pelo menos uma filha, Leonora.
• Alice Fernandes da Silva: tinha 51 anos e trabalhava como diarista. Estava havia 20 anos com a família de Martha, de quem era cuidadora. Tinha três filhos e seis netos.

O pintor Jhonatan Correia Damasceno confessou participação nas mortes. Ele foi preso na Favela de Acari. Na delegacia, Jhonatan, que trabalhou como pintor para a idosa, contou que ele e William Oliveira Fonseca - o outro pintor -, ficaram no apartamento com as mulheres por cerca de três horas.

Willian se entregou na noite de sábado (11).

Diogo, um dos filhos de Alice, afirmou ao g1 que o pintor (Jhonatan) que tinha prestado um serviço na casa de Martha em meados de maio vinha coagindo a idosa há duas semanas. Leonora presenciou parte das ameaças.

Jhonatan, segundo o filho de Alice, esteve pelo menos em duas ocasiões na residência para tentar extorquir de Martha.

A idosa não teria dado o dinheiro exigido pelo pintor. “Ele foi lá de novo, colocou o pé na porta e a ameaçou”, disse Diogo.

Alice não conhecia William.

A TV Globo apurou que, segundo policiais, Alice e Martha tinham ferimentos no corpo. As duas vítimas foram encontradas com cortes no pescoço. e a dona da casa teve o corpo carbonizado.

Diogo e Hilário, viúvo da diarista, disseram ao g1 que as duas tiveram os pescoços cortados.

Não está totalmente claro ainda o que aconteceu na tarde de quinta-feira. Diogo afirmou ao g1 que Martha autorizou a entrada de Carlos no prédio por volta das 13h30 de quinta-feira.

O Corpo de Bombeiros declarou que foi acionado para o incêndio às 16h55.

Ainda segundo a polícia, Jhonatan foi ao banco e fez três saques de R$ 5 mil cada no dia do crime. Os cheques eram de Martha.

Segundo o delegado Alexandre Herdy, responsável pela Delegacia de Homicídios da Capital, eles serão autuados pelo crime de roubo seguido de morte, conhecido como latrocínio, pelo crime de incêndio e pelo crime de extorsão, uma vez que ficou provado ao longo das investigações que os criminosos coagiram a vítima a assinar pelo menos três cheques no valor de R$ 5 mil cada e efetivaram os saques.

Pelo menos um porteiro afirmou ter liberado a entrada, após autorização de Martha, de dois homens.

Eles estavam de máscara e com bonés. A identidade deles não foi anotada.

Câmeras de seguranças flagraram a entrada dos homens.

O caso aconteceu no Edifício Murca, na Avenida Ruy Barbosa, um dos endereços mais valorizados do Flamengo, na Zona Sul do Rio.

Martha morava no 12º andar.