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Estudo da USP cria método que detecta remédios no organismo de forma mais rápida e barata

Pesquisa da USP analisou urina humana para detectar medicamentos no organismo — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Pesquisa da USP analisou urina humana para detectar medicamentos no organismo — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolveram um método mais simples e barato para detectar a presença e determinar a concentração de medicamentos no organismo de uma pessoa.

O trabalho já foi validado e está pronto para ser incorporado à indústria ou transferido para hospitais que desejarem utilizá-lo.

A técnica exige uma quantidade menor de amostras de urina, sangue ou saliva do paciente que precisa passar por exames médicos e o procedimento pode ser um importante aliado dos profissionais da saúde no tratamento de pessoas acometidas por diversos tipos de doenças, além de perícias no caso de intoxicações por uso abusivo de fármacos ou mortes por overdose.

Pesquisadores da USP de São Carlos criam método para monitorar medicamentos no organismo

Pesquisadores da USP de São Carlos criam método para monitorar medicamentos no organismo

“Diferentemente dos métodos tradicionais, que envolvem uma série de procedimentos manuais trabalhosos e demorados para preparar as amostras, nós conseguimos automatizar o processo, eliminando diversas etapas. Isso fez com que o tempo de análise caísse pela metade, passando de aproximadamente 16 minutos no método convencional para cerca de oito minutos", disse o pesquisador do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), Edvaldo Vasconcelos Soares Maciel.

"Além disso, é possível realizar e controlar todos esse passo a passo a distância, direto das nossas casas, por exemplo, tornando o procedimento muito mais flexível”, explicou.

Análise pode ser feita de forma remota — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Análise pode ser feita de forma remota — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Importância

De acordo com os pesquisadores, monitorar a concentração de medicamentos presentes no organismo é importante para avaliar a eficácia de um tratamento.

Por exemplo, se o paciente excreta uma porcentagem muito alta de certo remédio pela urina, isso pode explicar o fato do composto não estar surtindo efeito, permintindo que o médico mude a estratégia de terapia.

Outro motivo que mostra a relevância de se realizar a avaliação é o uso excessivo de alguns fármacos para fins recreativos.

Testes

A metodologia foi aplicada em amostras de urina humana para identificar cinco tipos de antidepressivos e antiepiléticos:

  • Carbamazepina;
  • Citalopram;
  • Desipramina;
  • Sertralina;
  • Clomipramina.

Primeiramente, a amostra passa por uma espécie de filtro para eliminar impurezas que podem interferir no resultado.

Depois, a porção de urina é colocada dentro de um equipamento onde um robô suga parte da amostra para que ela seja misturada com solventes que ajudam a transportá-la até tubos bem finos, responsáveis por reter e separar os medicamentos.

Amostras são colocadas dentro de máquina que ajuda na separação do material — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Amostras são colocadas dentro de máquina que ajuda na separação do material — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Após essa etapa, os fármacos são encaminhados para outro aparelho, chamado espectrômetro de massas, que realiza a identificação e quantificação dos remédios.

Todo o processo é desenvolvido, otimizado e repassado previamente pelos cientistas a um computador, que executa as tarefas de forma automática.

Segundo Maciel, a metodologia pode ser adaptada para monitorar e detectar qualquer tipo de medicamento ou produto ingerível em outros tipos de fluidos biológicos, como saliva e o sangue e, até mesmo ser utilizada em outras áreas, como meio ambiente e no ramo alimentício.

Economia

Outro benefício da técnica apontado pelos pesquisadores é que ela demanda uma quantidade menor de solventes e amostras para que a detecção dos compostos de interesse seja feita, barateando o processo.

Método desenvolvido na USP detecta de forma mais rápida e barata medicamentos no organismo — Foto: Henrique Fontes/IQSC

Método desenvolvido na USP detecta de forma mais rápida e barata medicamentos no organismo — Foto: Henrique Fontes/IQSC

“Pensando em um exame que exige a coleta de sangue do paciente, ou seja, um procedimento invasivo, é interessante que retiremos a amostra rapidamente, na menor fração possível, evitando ao máximo qualquer desconforto. Já com relação aos solventes, com apenas uma gota já conseguimos realizar a análise, quantidade aproximadamente 100 vezes menor que a utilizada nos métodos tradicionais”, explicou.

Outro item que possibilitou o barateamento das analises foi o desenvolvimento dos pequenos tubos utilizados durante o processo de separação, detecção e quantificação dos medicamentos.

Deitos de óxido de grafeno e sílica, os dispositivos criados no IQSC são mais finos que os convencionais e possuem um custo menos que os encontrados no mercado.

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