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Frasco do imunizante CoronaVac produzido pelo Insituto Butantan — Foto: Divulgação
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou a Prefeitura de Itirapina (SP) a indenizar em R$ 5 mil cinco crianças, entre 1 e 3 anos, que foram vacinadas contra a Covid-19 por engano , em abril deste ano. A decisão ainda cabe recurso.
As crianças foram levadas pelos pais em uma escola municipal para receberem a vacina contra a gripe, mas por um erro de uma técnica de enfermagem, receberam uma dose do imunizante CoronaVac. A aplicação foi feita em 18 adultos - sendo duas gestantes - e 28 crianças.
O g1 questionou a Prefeitura de Itirapina sobre a sentença e sobre o processo administrativo que apurava a conduta da técnica e aguarda posicionamento. A Polícia Civil segue investigando o caso.
Advogado das famílias vai recorrer
O advogado das famílias, Marcelo Mesquita Júnior, informou ao g1 que respeitar a sentença, mas não concorda com o valor pelo qual a prefeitura foi condenada, já que por "conta do erro gravíssimo, as mães sofreram angustiadas e o valor fixado não é o suficiente para reparar os danos".
"Ainda que a prefeitura tenha reconhecido o erro e prestado assistência às vítimas, entendemos ser o mínimo dada a gravidade da situação. As crianças foram abençoadas por não sofrerem consequências mais graves, tendo em vista que até o presente momento a Anvisa não autorizou a vacinação da CoronaVac para menores de idade", disse Mesquita Júnior.
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Sentença
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Fórum de Itirapina — Foto: Adauto Caetano/Arquivo Pessoal
A decisão de indenizar as crianças foi proferida pelo juiz Leonardo Christiano Melo, em ações individuais abertas por cada família.
"Evidente que o fato causou forte angústia e aflição na genitora do menor, que não sabia quais efeitos adviriam após a vacinação incorreta. Destaque-se que à época dos fatos sequer existiam estudos acerca da aplicação da vacina Coronavac em adolescentes e crianças", diz em um dos trechos da sentença.
Para definir o valor de R$ 5 mil de indenização para cada criança, o juiz levou em consideração que a prefeitura reconheceu o erro, além de prestar todo o suporte aos menores e que não ocorreram complicações de saúde posteriores à aplicação da vacina contra a Covid-19.
Além disso, Melo citou a alta carga de trabalho à que os servidores da saúde estão submetidos desde o início da pandemia e a falta de verba para a contratação de funcionários e carência de estrutura adequada.
Diante dos motivos, o juiz entendeu que a quantia de R$ 5 mil é o suficiente para amenizar o abalo sofrido pelas famílias.
Relembre o caso no vídeo abaixo:

VÍDEO: 'A gente fica com medo', diz mãe de criança vacinada contra Covid por engano em SP
Doses erradas
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Compara os frascos das vacinas — Foto: Amanda Paes/Arte G1
Segundo a Secretaria Municipal de Itirapina, a vacinação por engano aconteceu no dia 13 de abril depois que uma técnica de enfermagem enviou erroneamente frascos de CoronaVac do Centro de Saúde para o local onde estava sendo feita a campanha de vacinação contra a gripe (influenza).
O erro foi percebido no dia seguinte, quando foi notada a falta de 46 doses do imunizante contra a Covid-19.
A mãe de uma das grávidas que tomou a vacina por engano disse na ocasião temer pela filha e pelo neto. Já a faxineira Milena Jeane Ribeiro, mãe de um menino de 4 anos, contou que levou um susto quando soube do engano.
O nome da profissional que aplicou as vacinas não foi divulgado. Ela foi afastada e um processo administrativo da prefeitura foi aberto para apurar as circunstâncias do erro.
Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Civil continua apurando o caso.
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